"...Tempo, tempo tempo... Já não me assustas mais. Acho que me acostumei com sua passagem. Cedi ao fato de que és livre, e que tens pressa.
Mas vez ou outra ainda te enrolo, e te faço parar por um instante. Te faço demorar um pouco enquanto eu olho nos olhos de quem amo. Enquanto eu gravo os momentos na memória,esperando a saudade chegar.
És livre, tens pressa, mas ainda guardo um pedacinho de ti, quando passas por mim. Te guardo quando percebo que não te tenho, e que daqui a pouco, me vou junto contigo
."

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

     19 de janeiro, e isso não é uma contagem regressiva pro meu aniversário. Não sei o que é, na verdade. Um escape, pode ser. Essas folhas em branco nunca falharam em me oferecer abrigo.
     Férias. Qualquer pessoa teria simpatia por essa palavra. Eu? Bom, não sou uma pessoa qualquer. Talvez por exagero, mas essa palavra me remete a um intervalo sombrio que insiste em interromper a rotina dos meus anos. É claro que intervalos são sempre bem vindos, pra descansar a alma. Mas quando esses intervalos nos afastam daquilo que faz bem... aí não. Aí falta um pedaço.
     Aí o dia passa e tem-se a impressão de que ele só passou, dando de longe um oi, apressado. Minhas férias costumam ser assim. E estas, bom... não tem sido muito diferente. 

     A inércia pode ser perigosa pro coração. Ele vai desacelerando... batendo devagarzinho... vai deixando de bombear o sangue, e os sentimentos. Esquece de nutrir a alma. 

     E as férias vão passando, como a noite escura. Algumas estrelas se arriscam a iluminá-la, mesmo assim. Minhas estrelas... as pessoas de quem eu sinto falta e que serão meu sol no dia-ano que nasce.

E uma hora, tudo passa. A noite, o dia, a vida. Tudo se torna memória.
E eu aqui, esperando amanhecer. Esperando pra te ver, e esquecer 

que a vida traz o ponto final... e o pôr do sol.


                                              - Ontem recente, 19 de janeiro, 23:51.