"...Tempo, tempo tempo... Já não me assustas mais. Acho que me acostumei com sua passagem. Cedi ao fato de que és livre, e que tens pressa.
Mas vez ou outra ainda te enrolo, e te faço parar por um instante. Te faço demorar um pouco enquanto eu olho nos olhos de quem amo. Enquanto eu gravo os momentos na memória,esperando a saudade chegar.
És livre, tens pressa, mas ainda guardo um pedacinho de ti, quando passas por mim. Te guardo quando percebo que não te tenho, e que daqui a pouco, me vou junto contigo
."

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

 E então a semana acabou de um mês que acabou de um ano que acabou. Acabaram as expectativas. Os planos pro novo ano que chega talvez sejam pela primeira vez novos. Repetir as mesmas mentiras não tem mais sentido tendo sido vivido tantos fins. Fim da rotina. Fim das salas cheias, das festas cheias, dos abraços calorosos e de estar sempre rodeado de gente. Fim da despreocupação com a saúde, ainda que não a nossa, mas de um ente querido. Fim de enxergar tudo igual todo dia e viver pensando no próximo compromisso. Fim dos planners e planejamentos anuais. A vida botando fim nessa vontade nossa de manejar tudo. Tempo de repensar. Tempo de conhecer nosso verdadeiro eu, portas trancadas, confinados com nossos demônios. 

Tempo de reinventar. Recortar as roupas, mudar o corte de cabelo. De criar a partir do novo e seguir se adaptando. A vida segue. O ano novo chega com ou sem fogos, independente de nós. Seguimos.