"...Tempo, tempo tempo... Já não me assustas mais. Acho que me acostumei com sua passagem. Cedi ao fato de que és livre, e que tens pressa.
Mas vez ou outra ainda te enrolo, e te faço parar por um instante. Te faço demorar um pouco enquanto eu olho nos olhos de quem amo. Enquanto eu gravo os momentos na memória,esperando a saudade chegar.
És livre, tens pressa, mas ainda guardo um pedacinho de ti, quando passas por mim. Te guardo quando percebo que não te tenho, e que daqui a pouco, me vou junto contigo
."

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quer saber como é meu coração? Abra meu guarda roupa. Vai ver a desordem e a bagunça que existe lá dentro. Muita coisa misturada, coisas que uso, que não uso, que não gosto mais. 
Não é falta de consideração com elas, não mesmo. Amo cada uma das coisas que estão lá dentro, mesmo as que não "gosto" mais, porque cada uma dessas coisas já fizeram parte de mim. E é por isso que não consigo me livrar delas. 

Abro as gavetas e encontro centenas de papéis. Bilhetes, cartas, fotos, cadernos, textos, conversas, memórias, planos, desejos. E fica tudo assim, misturado. Vez ou outra, eu me sento perto dela e leio alguns. E em seguida um sorriso enorme toma conta do meu rosto. Vez ou outra uma lágrima desce, mas o sorriso continua ali. E eu também continuo ali, absorta em memórias, tantas que nem foram escritas.

Não arrumo essas bagunças porque elas me fazem bem. Porque assim como as gavetas, ás vezes eu abro meu coração e vejo um pouco de tudo que tem lá dentro. Vez ou outra uma lágrima rola, mas meu sorriso toma conta da minha alma e eu fico me deliciando com o que sou, e com todas as pessoas que trago comigo.