A teenager that used to go up on the roof to howl at the moon in her ritual with a chocolate bar. She belonged in the night, she knew. Although the songs are still the same, she knows no belonging, and there are no more stars in the sky.
Mas vez ou outra ainda te enrolo, e te faço parar por um instante. Te faço demorar um pouco enquanto eu olho nos olhos de quem amo. Enquanto eu gravo os momentos na memória,esperando a saudade chegar.
És livre, tens pressa, mas ainda guardo um pedacinho de ti, quando passas por mim. Te guardo quando percebo que não te tenho, e que daqui a pouco, me vou junto contigo."
domingo, 3 de outubro de 2021
segunda-feira, 17 de maio de 2021
365 olhares no reflexo
O universo de uma casa com quintal: Tudo cabia. A agência de espionagem, o consultório médico e todos os seres contra quem lutar com feitiços escritos em latim no livro de frutas medicinais.
O universo de uma gaveta do guarda roupas: mil papéis. Confissões, promessas, declarações de amor. A paixão da 4ª série que certamente duraria até o último dos dias.
As idas pra escola animadamente às 7 da manhã: múltiplos amigos. A maior de todas as dificuldades da vida seria deixar os portões que atravessei por tanto tempo.
Crescer é deixar pra trás. O reflexo no espelho é nítido, sem as névoas das fantasias da infância. Sem faz de conta, sem o sonho de ser vocalista de um grupo de dança. Só você e quem se tornou e as escolhas que escolheu. Resta a responsabilidade. Os planos concretos, a ajuda aos pais e o apoio da pequena rede amigos.
Sem brilhantismo, sem provas fáceis. O extraordinário se torna comum. Aquela música que seria a sua pra sempre passou. Passaram as grandes paixões inabaláveis e aquela amizade inquebrável se mudou pra outra cidade e perdeu-se o contato.
Pisquei e mais um ano passou, na velocidade da luz. 365 dias desde a última reunião em família na mesa e as mensagens de parabenização. A cada novo ciclo, alguns grãos... se perdem alguns poemas, os papéis vão pra uma caixa. As músicas são esquecidas e casa com quintal ganha muros.
A lei apesar de não intuitiva, é clara: quanto mais perto do fim menos sobra o que sentir falta. Minha dor de nostalgia era incessante ao deixar os primeiros portões, e agora são tantas as malas arrumadas que já não oferecem mais resistência, o zíper e eu.
Sendo pixel parte desse desenho, guardo a noção de que, de longe, a vista é bonita. Sigo os traços no papel e na tela, a cada passo que é pintado, sabendo que algo de sólido se constrói. Cores e formas de uma arte que espero apreciar quando não houver nada mais que o passado.