"...Tempo, tempo tempo... Já não me assustas mais. Acho que me acostumei com sua passagem. Cedi ao fato de que és livre, e que tens pressa.
Mas vez ou outra ainda te enrolo, e te faço parar por um instante. Te faço demorar um pouco enquanto eu olho nos olhos de quem amo. Enquanto eu gravo os momentos na memória,esperando a saudade chegar.
És livre, tens pressa, mas ainda guardo um pedacinho de ti, quando passas por mim. Te guardo quando percebo que não te tenho, e que daqui a pouco, me vou junto contigo
."

quinta-feira, 15 de março de 2012

Por aqui transcrevo meus pensamentos. Mas eu não tenho nenhum controle sobre eles. Assino meu nome apenas pra me assegurar de que saíram de algum lugar, dentro de mim. Eles surgem do nada, e me pedem com urgência pra pegar papel e caneta. E vão aparecendo aos poucos, enquanto eu faço o contorno das letras...Ao fim, leio a folha, antes em branco, e sorrio diante do que fui usada para escrever. Sim, usada. Se tento por vontade própria transcrever algo que me passa, a folha vira uma imensa página de rabiscos e rasuras de insatisfação. Alguns chamam minha forma de escrever de inspiração. Eu diria que é uma espécie de possessão. De alguma poetisa que mora em mim, e que ás vezes me usa pra tentar mostrar ao mundo algo que as pessoas não vêem. E detalhe, é na hora que ela quer. Se enrolo pra transcrever seus pensamentos, ela se aborrece e me faz esquecer. Então assim dependente eu fico. De alguma forma, dependente de mim mesma.