"...Tempo, tempo tempo... Já não me assustas mais. Acho que me acostumei com sua passagem. Cedi ao fato de que és livre, e que tens pressa.
Mas vez ou outra ainda te enrolo, e te faço parar por um instante. Te faço demorar um pouco enquanto eu olho nos olhos de quem amo. Enquanto eu gravo os momentos na memória,esperando a saudade chegar.
És livre, tens pressa, mas ainda guardo um pedacinho de ti, quando passas por mim. Te guardo quando percebo que não te tenho, e que daqui a pouco, me vou junto contigo
."

terça-feira, 30 de abril de 2019

Ter disciplina requer disciplina. O alarme dispara às 06:30 e é mais uma terça. Por que eu faço isso? Por que eu continuo fazendo isso? As notícias no jornal me lembram que o universo segue um loop que parece às vezes premeditado, de tempos em tempos voltando à uma circunstância ou um momento no tempo em que parece absurdo viver nesse mundo.

O alarme dispara às 06:30 e é mais uma quarta. Por que eu faço isso?  Por que continuo fazendo isso? A escola prepara para a prova, que prepara para o vestibular, que prepara para a aprovação no semestre, que prepara para a prova de residência. Qual o sentido do que eu aprendo? Só sei que vai é cair na prova. Só sei que semana que vem tem mais um seminário pra ouvir as falas decoradas sendo recitadas.

O alarme dispara às 06:30 e é mais uma quinta. O cronograma colado na parede mostra os compromissos coloridos que eu falho semanalmente em cumprir. O instagram mostra os resumos dos colegas com fontes diversas e marcadores de cores que eu nem sabia que existiam. Todo mundo tá com a vida organizada e no meu quarto aparentemente aconteceu uma batalha dos vingadores enquanto eu estava fora.

O alarme dispara às 06:30 e é mais uma sexta. O fim de semana está preenchido com uma série de atividades que eu quero fazer mas não deveria, ou que pelo menos deveriam ser concomitantes com as obrigações, que acabam sempre em segundo plano.

Ter disciplina requer disciplina. Devem ser claras as motivações e a consciência de que elas mudam conosco, sendo sempre necessário se perguntar o porque fazemos o que fazemos. A rotina nos afoga. Nos mantém submersos, inertes. Saibamos retirar nossos antolhos e alcançar o essencial.