"...Tempo, tempo tempo... Já não me assustas mais. Acho que me acostumei com sua passagem. Cedi ao fato de que és livre, e que tens pressa.
Mas vez ou outra ainda te enrolo, e te faço parar por um instante. Te faço demorar um pouco enquanto eu olho nos olhos de quem amo. Enquanto eu gravo os momentos na memória,esperando a saudade chegar.
És livre, tens pressa, mas ainda guardo um pedacinho de ti, quando passas por mim. Te guardo quando percebo que não te tenho, e que daqui a pouco, me vou junto contigo
."

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O tempo passa e as coisas vão mudando. Os hábitos, as vontades, os anseios e os desejos. Tudo que passa parece ridículo depois que se vai. Alguns meses parecem anos, de tantas que são as mudanças. Me perco quando penso que me encontrei. Sem rumo, sigo. E mudo, constantemente. Quase sem perceber. E as coisas continuam indo, no ritmo de relógio acelerado. Indo. Quase nada fica. Quase nunca algo realmente fica, afinal.

domingo, 27 de novembro de 2011

É isso aí, como agente achou que ia ser. A vida tão simples é boa, quase sempre. É isso aí, os passos vão pelas ruas. Ninguém reparou na lua, a vida sempre continua. É isso aí, há quem acredita em milagres, quem cometa maldades e quem não saiba dizer a verdade. É isso aí. Um vendedor de flores ensina seus filhos a escolher seus amores. 
E eu não sei parar de te olhar. 


É isso aí - Ana Carolina 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Your voice was the soundtrack of my summer. You always be my thunder."
Grandes temporais no meio do verão dão uma pausa no sol, no calor e na luz. Nosso verão vai muito bem, obrigado. Mas surge um enorme trovão, durante uma breve - e pesada - chuva, barulhenta, daquelas que fazem o chão querer tremer. Leva tudo, carrega o que tiver pelo caminho, e alaga todos os vazios.
É assim. Estamos muito bem, obrigado; quando uma pessoa surge e faz toda essa confusão. Como uma forte chuva de verão, mas, que passa. E depois só deixa estragos.
Trovões que na hora parecem tão bonitos e tão fortes, mas que depois que passam, são somente uma interferência ruim em nossos calmos verões. Até que, é claro, venha a próxima chuva.
Bem assim. Meio chata, meio boba, meio retardada, meio séria, meio lesada, meio moleque, meio confusa, meio sorriso constante.Assim, meio. Dividida em metades que não se completam, só brigam pra decidir quem vai ocupar o maior espaço.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dá graça ver pessoas que não me conhecem me rotular. E penso ainda na audácia que as pessoas carregam de se acharem dignas de dizer o que acontece na vida do outro, no coração do outro, na mente do outro. Rio das pessoas que pensam que tem intimidade comigo, e na verdade não sabem um terço sobre mim. E quando olho no espelho, sorrio diante do pensamento de que ainda existem pessoas que pensam ser capazes de me julgar, e me diminuir á alguém qualquer, sendo levada pela correnteza. Ah, se de um terço soubessem.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Quanto as coisas que agente escreve dizem sobre nós. Um exemplo explícito é a minha atual necessidade de começar textos com "é estranho". Não é falta de criatividade, é meu estado atual de medo das coisas, de como elas se tornaram. É a minha repetição cansativa do quanto eu não aceito as coisas mudando pra pior assim. 
É estranho ver hoje todos esses "contos de fadas" dos quais eu já fiz parte. Pensar que eu cheguei a acreditar que daria certo, e que esse era o certo. Lembrar que -apesar da dor- era confortante saber que acima de tudo, alguém perfeito pra mim me esperava do outro lado da tela, outro lado do país. 
Assim era bem mais fácil. Era uma certeza de que eu não precisava me preocupar com nada aqui, alguém me esperava.
E esperava?
Não falo da desilusão com a pessoa, mas, com a situação em si. Com esse "conto de fadas" que nunca dá certo. Ou pelo menos nunca daria certo pra mim. 
Dói lembrar que -apesar de errado- era fácil, e confortante sonhar que tudo se resolveria sozinho, e eu seria feliz para sempre.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

É estranho, mas é assim que me sinto. Como se eu estivesse presa dentro de uma ampulheta acelerada sentindo - literalmente - o tempo passar á minha volta e não poder fazer nada. Presa exatamente no meio, sufocada por uma areia sem fim que cai desesperadamente rápida e leva tudo embora.

domingo, 6 de novembro de 2011

E é, eu sou assim mesmo. Meio boba demais, risonha demais, que confia demais. Sou assim mesmo, com essa minha mania de ver inocência demais, e enxergar pouca malícia. Sou assim mesmo com essa minha mania sorridente de  guardar centenas de papéis, papéis lembrança, e retratos em forma de coisas. 
E isso me assusta. Pois apesar de toda a noite que sou, sou doçura. 
Fácil demais de se conquistar. Apenas pareço difícil. 
Mas, é claro, sou mestre em enganar - sem querer - com minhas aparências.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O que mais me dói ao ver o tempo passar é me perguntar quem eu sou, e não encontrar resposta. Dói no fundo da alma lembrar que eu costumava saber.
Eu costumava olhar no espelho, e sorrir diante do reflexo. Eu costumava  amar mais. Costumava olhar nos olhos. Costumava sentir. Sentir arrepios, e ondas de dor. Sensações ao ouvir músicas das quais eu não conhecia a tradução. 
Eu costumava ter uma certeza cega sobre quem eu era. Sobre o que eu gostava. sobre o que eu queria.
A verdade agora é que eu não tenho mais certeza sobre nada. Exceto que o sol já vem.
Agora, se ele vai ter algum impacto sobre mim, é outra história.